ÀS VEZES, AS PALAVRAS ME FOGEM...
Às vezes sinto
uma necessidade gigantesca de escrever... as idéias se multiplicam em
profusão... preciso dizer o que sinto... preciso por para fora tudo o que está
a me sufocar... minha mente se transforma em um turbilhão que meus dedos não
são capazes de acompanhar...
Começo a
escrever dois ou três textos, quase que ao mesmo tempo e, de repente, após
vários parágrafos em cada um deles, tudo se confunde... as palavras que os
completaria, antes presentes e pensadas, simplesmente desaparecem...
Hoje isso aconteceu...
comecei a escrever três textos e, depois de pouco mais de uma hora, com eles
quase acabados e prontos para arquivar, ou publicar (caso gostasse do que
escrevi) e, repentinamente todas as palavras desapareceram...
É... às vezes
as palavras me fogem...
Tudo se
transforma numa escura, espessa e confusa bruma negra que, por mais que a
combata, ainda insiste em assolar... fraquejo... penso em desistir...
O mesmo
remédio que me ajuda a superar meus fantasmas os revive... voltam à tona
sentimentos que estou lutando para superar... e aí vou ao chão... os olhos se
enchem de lágrimas... e deleto tudo aquilo que havia escrito...
E quantas
vezes isso já se repetiu... Quantos textos já joguei fora? Não sei... perdi a
conta...
Sinto-me
sozinho... sinto-me fraco... sinto falta de uma boa conversa... sinto falta das
nossas conversas... sinto falta de um carinho gracioso... sinto falta de um
carinho de minha filha... sinto falta de um abraço apertado, como aqueles que
somente os irmãos se dão... como aqueles que somente se dão as pessoas que
realmente se amam... que somente os amantes, os cúmplices são capazes de
ofertar e de aceitar e receber...
Sinto... sinto
tantas coisas... Meu Deus! Porque tantos sentimentos???
Penso em nunca
mais voltar a escrever... pelo menos não escrever mais para exorcizar meus
fantasmas... não quero mais tomar este remédio tão amargo... penso que
doravante escreverei apenas em razão de minha profissão... Me afasto do
teclado... deixo-o de lado...
Acendo um
cigarro e entre as espirais da fumaça penso em tudo o quanto já vivi... a tudo
o quanto já sobrevivi... em tudo o quanto já superei...
NÃO POSSO DESISTIR!!! SOU GUERREIRO!!! Levo com orgulho minhas cicatrizes e, como diz a letra
daquela música, "...UM TIRO SÓ NÃO
VAI ME DERRUBAR....". Já levei diversos deles e continuei de pé...
seguindo em frente... não será agora que irei me entregar... E se tiver de
cair, cairei lutando...
Começo a
respirar... me concentro em minha respiração... parece que ao fundo ouço a
gravação... a gravação daquilo que foi entalhado em minha mente... aconteça o
que acontecer, CONTINUE RESPIRANDO... sempre de forma circular... a mesma
quantidade de ar que entra em meus pulmões é expelida...
Visto minha
armadura e blindo minha mente contra aqueles pensamentos que me trazem
sofrimento... não posso deixar que meus fantasmas sejam mais fortes que eu!
A prova de que
consigo... aqui está... mais um texto escrito em pouco mais de quinze ou vinte
minutos... Quanto àqueles que apaguei, que joguei fora, não sinto por eles...
como quase tudo, eles estão em alguma parte de meu inconsciente... quando achar
o final que lhes pertença os re-escrevo...
Porque
"... mais cedo ou mais tarde, quem cativa a vitória é aquele que crê
plenamente, EU CONSEGUIREI !!!...".
E assim eu
sigo... lutando dia a dia com meus fantasmas, minhas fraquezas, minha solidão.
Mas quem disse que viver seria fácil ?!! Imponho-me metas diárias a serem
obtidas e, dia a dia, as alcanço...
E assim eu
sigo... em uma montanha russa de emoções e de palavras... mas de uma coisa eu
tenho certeza: EU CONSEGUIREI!!!
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