quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


ÀS VEZES, AS PALAVRAS ME FOGEM...





Às vezes sinto uma necessidade gigantesca de escrever... as idéias se multiplicam em profusão... preciso dizer o que sinto... preciso por para fora tudo o que está a me sufocar... minha mente se transforma em um turbilhão que meus dedos não são capazes de acompanhar... 

Começo a escrever dois ou três textos, quase que ao mesmo tempo e, de repente, após vários parágrafos em cada um deles, tudo se confunde... as palavras que os completaria, antes presentes e pensadas, simplesmente desaparecem... 

Hoje isso aconteceu... comecei a escrever três textos e, depois de pouco mais de uma hora, com eles quase acabados e prontos para arquivar, ou publicar (caso gostasse do que escrevi) e, repentinamente todas as palavras desapareceram...

É... às vezes as palavras me fogem...

Tudo se transforma numa escura, espessa e confusa bruma negra que, por mais que a combata, ainda insiste em assolar... fraquejo... penso em desistir... 

O mesmo remédio que me ajuda a superar meus fantasmas os revive... voltam à tona sentimentos que estou lutando para superar... e aí vou ao chão... os olhos se enchem de lágrimas... e deleto tudo aquilo que havia escrito... 

E quantas vezes isso já se repetiu... Quantos textos já joguei fora? Não sei... perdi a conta...

Sinto-me sozinho... sinto-me fraco... sinto falta de uma boa conversa... sinto falta das nossas conversas... sinto falta de um carinho gracioso... sinto falta de um carinho de minha filha... sinto falta de um abraço apertado, como aqueles que somente os irmãos se dão... como aqueles que somente se dão as pessoas que realmente se amam... que somente os amantes, os cúmplices são capazes de ofertar e de aceitar e receber... 

Sinto... sinto tantas coisas... Meu Deus! Porque tantos sentimentos???

Penso em nunca mais voltar a escrever... pelo menos não escrever mais para exorcizar meus fantasmas... não quero mais tomar este remédio tão amargo... penso que doravante escreverei apenas em razão de minha profissão... Me afasto do teclado... deixo-o de lado... 

Acendo um cigarro e entre as espirais da fumaça penso em tudo o quanto já vivi... a tudo o quanto já sobrevivi... em tudo o quanto já superei... 

NÃO POSSO DESISTIR!!! SOU GUERREIRO!!! Levo com orgulho minhas cicatrizes e, como diz a letra daquela música, "...UM TIRO SÓ NÃO VAI ME DERRUBAR....". Já levei diversos deles e continuei de pé... seguindo em frente... não será agora que irei me entregar... E se tiver de cair, cairei lutando...

Começo a respirar... me concentro em minha respiração... parece que ao fundo ouço a gravação... a gravação daquilo que foi entalhado em minha mente... aconteça o que acontecer, CONTINUE RESPIRANDO... sempre de forma circular... a mesma quantidade de ar que entra em meus pulmões é expelida... 

Visto minha armadura e blindo minha mente contra aqueles pensamentos que me trazem sofrimento... não posso deixar que meus fantasmas sejam mais fortes que eu!

A prova de que consigo... aqui está... mais um texto escrito em pouco mais de quinze ou vinte minutos... Quanto àqueles que apaguei, que joguei fora, não sinto por eles... como quase tudo, eles estão em alguma parte de meu inconsciente... quando achar o final que lhes pertença os re-escrevo... 

Porque "... mais cedo ou mais tarde, quem cativa a vitória é aquele que crê plenamente, EU CONSEGUIREI !!!...".

E assim eu sigo... lutando dia a dia com meus fantasmas, minhas fraquezas, minha solidão. Mas quem disse que viver seria fácil ?!! Imponho-me metas diárias a serem obtidas e, dia a dia, as alcanço...

E assim eu sigo... em uma montanha russa de emoções e de palavras... mas de uma coisa eu tenho certeza: EU CONSEGUIREI!!!

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