terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A INEXORÁVEL AMPULHETA...




Mais uma vez passamos por um marco do tempo. Mais um ano terminou e um outro, novinho, se iniciou.

De tudo o que passou apenas uma certeza resta: a de que a ampulheta do tempo é inexorável e cruel... tudo o mais é variável.

Juras de amor eterno evanescem... se tornam nada... se transformam em indiferença. As certezas de ontem se transmutam... tornam-se apenas sonhos que não se tornaram realidade.

Pessoas a quem você chamava de amigo se mostram verdadeiros canalhas, capazes de trair não só a sua amizade mas, principalmente, sua confiança... seus princípios. Como uma praga, destroem tudo o que veem pela frente e, ao primeiro sinal de que suas próprias vidas medíocres seriam afetadas por seus atos se mostram incapazes de cumprir, inclusive, as juras e promessas feitas na surdina da alcova.

Mas, felizmente, também aos canalhas o tempo se mostrará inexorável... e os canalhas receberão aquilo que aos canalhas é reservado.

O tempo... Ah, o tempo! Bem sei que as mudanças não decorrem da simples troca de calendários... Bem sei que não será apenas este ato que trará tais mudanças. Estas somente virão com o amadurecimento. Quando formos capazes de assumir que cada ato por nós praticado acarreta uma consequência... que cada ato praticado traz consigo responsabilidades...

A areia passa... e assim se repete o ciclo da vida que vai alem do nosso próprio tempo... do nosso real entendimento... do olhar angustiado.

O tempo se encarregará de cicatrizar as feridas. O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada... o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções. Esconder é fácil.. difícil é deixar de sentir. O tempo ameniza, mas não cura. A novidade preenche mas não substitui.

O tempo nem sempre cura tudo. Tenho feridas cicatrizadas que insistem em latejar quando o dia está nublado. Quando a cama se torna gelada e grande demais. O tempo cura uma ilusão... corrige um erro... Só que as vezes o tempo passa muito devagar e o que era para ser acaba perdido... O que era para ser concertado acaba perdido de uma vez por todas e não voltando mais...

Vira-se a ampulheta e volta-se a contar o tempo. A estreitar os minutos que nos separam de uma das poucas certezas que restam... a da morte. 

Os anos passam... passamos nós e a ampulheta continua o seu interminável e lento processo de decretar sentenças.


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