terça-feira, 29 de janeiro de 2013

AINDA É DIFÍCIL...




Mesmo agora, passados já alguns meses, ainda existem algumas coisas que são muito difíceis para mim.


Terminei agora de rascunhar a minuta de nossa separação judicial... 

COMO FOI DIFÍCIL FAZÊ-LA!!!!!  Algo que sempre me foi simples, robótico, quase automático se mostrou penoso e sofrido... impossível não sofrer escrevendo as cláusulas que sentenciarão o fim de um relacionamento tão longo e que, por pelo menos algum tempo, foi muito feliz... Como foi difícil escrever que "a vida em comum se tornou insuportável" para justificar o pedido de separação. 


Difícil escrever que, depois de quase doze anos, você voltará a assinar seu nome de solteira. Como foi difícil passar dias lendo e relendo o que já tinha escrito e, ainda assim, ter escrito apenas 4 laudas, sem conseguir concluir aquilo que, com meus clientes, faria em 15 minutos.


Difícil escrever as cláusulas sobre a guarda de nossa pérola para a um tempo fazer com que ela sofra o menos possível, mas, ao mesmo tempo, imaginar o pior cenário...


Como é difícil ainda me preocupar com uma pessoa já não quer, e não precisa, que me preocupe com ela.


É difícil passar pela sala e ver aquela bíblia, ainda aberta na mesma página em que você deixou. Ver a marca de seu beijo nela e lembrar de todos os sonhos, promessas e planos e saber que tudo acabou... que tudo se perdeu no tempo... que o caminho que escolhemos não nos apresenta volta...


Difícil subir ao quarto, depois de ficar algumas horas conversando com a televisão ou num monólogo com o computador, e olhar a cama que antes parecia pequena, mas que agora parece ter 100 Kilômetros quadrados de puro gelo. Ver suas roupas - ou aquelas que você deixou - ainda guardadas no armário.


Como é difícil dizer "não" para a nossa pequena quando ela pede para ver o filme de seu nascimento, ou de nosso casamento apenas por saber que se começar a ver estes filmes não conseguirei conter minhas lágrimas em razão de momentos de enorme felicidade em minha vida, que estão profundamente tatuados em meu coração...


Como é difícil andar, por vezes, de cabeça baixa - não por vergonha, por auto piedade ou qualquer coisa assim -, mas que as pessoas não percebam meus olhos marejados. Para que as pessoas não percebam que, embora já não mais esteja prostrado de joelhos, ainda não me reergui completamente... que as vezes ainda caminho tropego, sem rumo... sem norte.


Mas tudo isso vai passar... as cicatrizes já começam a se formar... Sigo com meu caminho, só que agora sozinho...



Nenhum comentário:

Postar um comentário