quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O CASTELO.

Certa vez lí um ditado popular que dizia mais ou menos o seguinte: "Com as pedras que me fizeram cair construirei o meu castelo."


É um pensamento bonito. Diria que é até inspirador. 


Eu, no entanto, acho que não diria que usaria as pedras que tropecei pelo meu caminho para construir um castelo pelo simples fato de que não construirei meu castelo com pedras que me fizeram cair. Estas são irregulares, desproporcionais e ali se encontram única e exclusivamente para derrubar os caminhantes.


Quantas pedras você já encontrou em seu caminho? Quantas pedras te fizeram cair? Quantas vezes você acreditou que jamais se levantaria e, ainda assim, encontrou forças e se levantou e continuou caminhando? Quantas pedras você encontrou e acreditou ser um obstáculo intransponível? 


Por outro lado, há pedras que se apresentam pelo caminho como verdadeiros leitos para descanso.  Postas a sombra, perto de um caudaloso riacho cristalino, com fartura de alimento à sua volta. Mas ainda assim, por mais convidativo que pareça ficar junto dessa pedra, ela não passa de uma pedra, não passa de um obstáculo para te tirar do caminho porque ele, o caminho, continua. E você somente saberá onde ele o levará se continuar caminhando.


Eu posso dizer que em meu caminho muitas pedras já apareceram e, por todas elas consegui passar. 


Hoje me encontro frente a uma das maiores pedras que já cruzei pelo meu caminho. Esta pedra representa a impulsividade, a intempestividade. Por ela passarei, ainda que a tenha que despedaçar com as mãos. Mas passarei.


Um castelo, para ser sólido, precisa usar pedras lapidadas especialmente para se encaixar nas outras. Pode ser difícil, pode ser extenuante, pode até parecer impossível. Mas buscarei cada uma das pedras necessárias à construção do meu castelo, onde quer que elas estejam.


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